RADIOLOGISTA EM DESTAQUE – DRA. FLÁVIA JUNQUEIRA

Entrevistamos a Dra. Junqueira.

Especialista em radiologia cardiovascular não invasiva fala sobre o aumento da disponibilidade do diagnóstico de doenças cardíacas via telerradiologia.

Telerradiologia e o diagnóstico cardiovascular

A ressonância magnética e a tomografia computadorizada têm sido cada vez mais utilizadas em exames de imagem do coração – o que vem abrindo um novo campo de estudo e trabalho na área da radiologia. A médica Flávia Junqueira, colaboradora da Telelaudo e doutoranda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dedica-se há mais de uma década à especialidade do diagnóstico cardiovascular não invasivo, realizado por meio de exames de imagem do coração. Nesta entrevista, ela conta como a telerradiologia pode contribuir para a oferta deste tipo de exame em hospitais e clínicas de todo o país.

Como surgiu o interesse pela medicina?

Eu sempre quis ser médica, desde pequena. Nunca quis ter outra profissão. Eu tenho um tio cardiologista e sempre admirei o trabalho dele, sempre achei muito interessante trabalhar com coração. Eu cresci e o desejo de cursar medicina se fortaleceu: não prestei vestibular para nenhuma outra carreira e fui estudar na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O interesse em trabalhar com radiologia surgiu nessa época, quando entrei em contato com a especialidade, na Universidade.

Como é a sua atuação na área da radiologia?

Eu sou radiologista geral e trabalho principalmente com diagnóstico cardiovascular não invasivo. Sempre gostei da área cardiovascular, mas me encantei mesmo com o diagnóstico – mais que com as especialidades clínicas. A telerradiologia contempla os exames vasculares e, em alguns casos, cardiológicos, quando são realizadas tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas. Com o suporte da telerradiologia, conseguimos prestar assistência em cidades onde a oferta de exames de radiologia é mínima – ou não existe, principalmente quando o exame requer mais especialização.

VAMOS CONVERSAR?

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    Como a telerradiologia pode contribuir para ampliar a oferta de exames cardiovasculares não invasivos?

    A realização de exames de imagem para o diagnóstico de doenças do coração requer uma equipe multidisciplinar e altamente especializada. Muitos hospitais e clínicas não contam com este corpo técnico e, por isso, oferecem apenas os exames de imagem mais comuns, que podem ser realizados por radiologistas convencionais. Com o suporte da telerradiologia é possível contar com uma equipe multidisciplinar, apta para prestar assistência nos diversos segmentos de diagnóstico: neurológico, cardiovascular, abdômen-intestinal, muscoloesquelético, dentre outros. O serviço de elaboração de laudos de radiologia a distância permite não só suprir a carência de regiões com déficit de profissionais, mas possibilitar o trabalho multidisciplinar e especializado.

    Temos acompanhado o seu trabalho na Jornada Paulista de Radiologia (JPR). Como você concilia a atuação profissional com a vida acadêmica?

    Há dois anos eu participo da JPR ministrando aulas sobre diagnóstico cardiovascular – atividade que também desenvolvo no Congresso Brasileiro de Radiologia e em outros eventos da área. E estou no último ano do doutorado na UFRJ. Não é uma tarefa fácil conciliar trabalho, estudo e vida pessoal – eu tenho quatro filhos! É principalmente com o apoio e o carinho da minha família que tudo isso é possível.

    A sua pesquisa de doutorado investiga a sobrecarga de ferro no fígado e no coração. Qual a relação desta abordagem com a radiologia?

    A sobrecarga de ferro no fígado e no coração é uma condição que acomete sobretudo pacientes com hemocromatose primária, anemia falciforme, talassemia e com outras causas de politransfusão. Geralmente, são pacientes com aumento da absorção de ferro pelo tubo gastrointestinal ou que precisam de transfusões de sangue frequentes. Por isso, recebem uma quantidade de ferro superior à que o organismo é capaz de estocar e eliminar – o que leva a um acúmulo do elemento no fígado ou no coração.

    No fígado, o resultado é a doença hepática crônica – a cirrose – e uma chance maior de se desenvolver um carcinoma local. No coração, os pacientes apresentam primeiro uma arritmia – o ritmo irregular do coração – e acabam evoluindo para a insuficiência cardíaca, que muitas vezes leva a óbito.

    O exame para detecção da sobrecarga de ferro consiste em um exame por ressonância magnética do abdômen ou da região cardíaca, utilizando a sequência T2*. Este é um procedimento que deve ser realizado por um radiologista especializado e, por isso, muitos hospitais e clínicas não o oferecem. Com o suporte da telerradiologia, o exame pode ser orientado e o laudo pode ser elaborado a distância por um profissional especializado, independentemente de sua presença na unidade de saúde. E isso favorece a ampliação dos serviços.

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